sábado, 16 de maio de 2015

Desabafo, ou algo mais


Não sei se o tempo influencia assim tanto a forma como vemos os outros ou aquilo que sentimos ao olhar para eles. O que tem mudado o que absorvo de cada um que me rodeia é o facto de mudarem atitudes, mudarem o seu eu, e não é essa nova personagem de quem gosto, é da antiga. Por isso, peço-te, mantém-te assim, ou então muda de forma a que consiga ver em ti cada vez mais as partes de mim que estão confinadas ao meu ângulo morto.
Sempre me passaram a ideia de que relações são complicadas e que estar sozinha é a melhor opção. Concordo com a primeira parte. É difícil fazer alguém feliz, surpreender com coisas diferentes que mostrem que me importo. É difícil ter de lidar com as circunstâncias que vão aparecendo. Só é melhor estar sozinho se a outra parte não valer esse esforço.
Não sei se é melhor o mimo que recebo nas noites em que estamos juntos ou o mimo que te dou depois de um dia cansativo. Não sei se são melhores as conversas até às tantas da madrugada, ou quando essas conversas passam a linguagem corporal até às tantas da madrugada. Não sei se prefiro estar descansada ou preocupada a pensar em como devo tratar-te de acordo com cada situação. Não sei se é melhor ter-te comigo ou para mim. Só tenho a certeza de que entre corpo ou mente, escolho saber a anatomia da tua mente, cada alto e baixo do que é a tua alma, as marcas que tens e poder torná-las menos visíveis.
Tento cumprir alguns objectivos em relação a ti, como tomares-me como o teu porto seguro e que te refugies em mim. Quero fazer-te manter a vontade que tens de fugir comigo.
Fodido é quando as coisas correm mal e são tomadas atitudes incompreensíveis que fazem todo este sistema criado ficar rodeado de dúvidas, que faz o meu cérebro só pensar no que aconteceu e autoflagelar-se, ao mesmo tempo que tento descobrir a melhor forma de chegar a uma solução. Olho para o nada e mesmo esse nada traz-te aos meus pensamentos sem que eu queira, mesmo eu pedindo para saíres um pouco de mim. Mas depois as coisas têm tendência a resolver-se, por mais difícil que seja esquecer o assunto.
No fim disso, vale a pena só pelo facto de se ter atingido de novo o equilíbrio, o nosso equilíbrio, e perceber que sem ele as coisas já não são mais o mesmo e o quanto é bom estar em sintonia com as sensações, com as tuas sensações.
É bom ter-te comigo, ou em mim, é bom ter-te, e ficamos assim.
Amo-te.