segunda-feira, 2 de maio de 2011

História (continuação)


    Era um dia de Primavera e, como todos os dias, ela acordou cedo. Nessa manhã ela não tinha qualquer motivação para se levantar e partir para mais um dia atarefado. Só ele estava na sua mente e teve um "click": lembrou-se das piores coisas que lhe tinha feito, coisas que ela julgava horríveis e que foram responsáveis pelo que estava a acontecer. Nesse momento ela perguntou-se porque é que só nos momentos em que sentia mais saudades dele estas memórias a perturbavam, e ela sabia que isso fazia com que se sentisse pior. Ela sabia que não podia sorrir porque havia algo, que ela não sabia do que se tratava, que lhe prendia os lábios e que não deixava com que estes se rasgassem no mais lindo e maravilhoso sorriso que jamais ela esboçara.
     Resolveu, por fim, sair da cama, arranjar-se e rumar para mais um dia, que seria triste, monótono e sem qualquer cor, embora o Sol brilhasse como em nenhum outro.
    Durante o dia, lembrara-se de alturas em que tinha falado para ele, em que o tinha abraçado, mas as que teimavam em perdurar eram as das desavenças entre os dois. Teve a sensação de que o ouvira durante o dia, que o ouvira chamar por ela, mas foi tudo fruto da sua imaginação, que cada vez mais crescia sem pedir licença.
    Ela chorou porque queria vê-lo, porque queria pedir-lhe desculpa, porque queria salvá-lo e não conseguia. Sentira-se, nesse instante, a pessoa mais frágil de que há memória e que nunca iria tê-lo de novo. Mas... repentinamente, o sentimento mudou. Quis lutar pela sua felicidade e pela dele. Ergueu a cabeça, decidiu parar de chorar, limpou as lágrimas com as mãos e disse: "Eu vou conseguir. Eu sou a tua única esperança."

1 comentário:

claudinha disse...

esta mesmo giro...