segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Carta Para O Lado De Lá #4



Aqui estou eu de volta, a escrever-te de novo. Já passou algum tempo desde a última vez que o fiz, e não quero que penses que me esqueci de ti, aliás, acho que és a primeira pessoa de que me lembro quando acordo e a última antes de adormecer.
Desta vez, estou a escrever-te por causa de um episódio que me veio à memória, não sei como, nem porquê, mas a verdade é que veio. Eu vou dizer-te qual foi. Foi um Domingo, e o meu clube jogava em casa, clube esse que era o maior adversário directo do teu. Era Inverno, já sabes do que estou a falar? Fizeste-me uma surpresa, do nada, ligaste-me e disseste-me "Põe-te pronta, porque vamos sair. Passo já aí para te ir buscar." E assim foi. Quando me apercebi de que estávamos a ir para o estádio... Ai, fiquei tão feliz, nem imaginas o quanto. Bem, se calhar até fazes ideia, porque sabias como iria reagir-
Eu disse-te "então um benfiquista do estádio do Dragão...", ao que me respondeste "o Porto nunca joga sozinho."
Sinto uma certa tristeza quando me lembro de coisas como esta, porque sei que mais ninguém fará o mesmo por mim e, mesmo que faça, não será igual, porque não serás tu.
Pronto, foi basicamente este o assunto que me levou a escrever-te a carta de hoje. Sei que é um bocado estranho, mas estas pequenas grandes coisas faziam grande diferença na minha vida, faziam-me feliz. E agora... E agora já não as tenho.
Vou terminar esta carta dizendo, mais uma vez, que desde que foste embora nada nunca mais nada foi igual, parece que tudo se tornou mais difícil, mais complicado. De qualquer das formas, acho que se uma das tuas missões era tornares-me uma pessoa mais forte, tenho a dizer-te que conseguiste. Quer pelo que me dizias e aconselhavas, quer por ter de aprender a lidar com a tua falta. No entanto, acho que por muito que estude, nunca o conseguirei fazer totalmente.
A saudade... Ai, essa minha eterna inimiga... Ela não vai deixar de lutar contra mim até ao fim da minha existência. E acredito que também tu sintas a minha falta.
Com eterna saudade,
a tua miúda. 

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