quarta-feira, 8 de junho de 2011

Não aguentava a dor, sei que tu também não. A única coisa que queria fazer era gritar, dizer que odiava o mundo. De repente, olhei para ti, estavas afastado. Olhei para os teus olhos. A tua tristeza, o teu sofrimento, a tua dor, a tua revolta, a tua insanidade eram óbvias. Foi por tudo isto não o fiz. Na altura, tinha todas as forças e mais algumas e, simultaneamente, não tinha nenhumas. Depois de te observar por minutos, vi que estavas sozinho, que precisavas de ajuda. A coragem que antes tivera para gritar desapareceu.
Tomei uma decisão, foi instantâneo: "não posso deixar-te aí". Corri para ti, não disse nada, abracei apenas. Abracei com toda a força que tinha, a mesma força que tinha armazenada  para gritar. Foram cinco minutos assim. Sentia as lágrimas que escorram incessantemente pelo meu rosto. Sentia também as tuas. Senti, que nesses cinco minutos, eu era o que tu precisavas, mas tinha a certeza de que tu eras o que eu precisava.
Parei. Parei de abraçar-te. Tinhas a t-shirt com as minhas lágrimas. Tinha partilhado a minha dor e tu também.
Agora, tenho medo. Tenho medo de que voltes a precisar e que eu não veja, que eu não tenha força.
Espero que saibas que a qualquer momento estou disponível para ti, para te abraçar, para te ajudar.
No fundo, ESPERO POR TI!

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