terça-feira, 31 de julho de 2012

Ela




Ela sabe sorrir. Ela sabe esconder. Ela pode precisar, mas não ocupa ninguém, talvez por medo, vergonha ou por não querer tornar-se um fardo para os outros. Ela é fria por vezes, não como um cubo de gelo, mas como um iceberg, e apenas derrete parcialmente quando os raios que nela incidem são realmente intensos e megalómanos ao ponto de isso acontecer. Ela chora, não por medo, mas por sede, por sede de vingança. Ela chora por raiva. Ela chora porque sofre, ela chora porque...porque é forte. É forte e frágil. É meiga e arrogante. É feliz e triste. É normal e única. É simples e complexa. É ninguém e toda a gente. É tudo e nada. É a frieza da revolta e o ternura do carinho. Ela é assim. Ela é uma antítese. Ela foge, mas na realidade o que ela quer é ficar. Ela sabe ser feliz apesar de tudo. Ela quer sempre mais e menos. Ela é o pico e o fosso. Ela é o auge e a miséria. É a vitória e a derrota. É a glória e o fracasso. É a distância entre o querer e o poder.
Ela é assim. Ela luta, mas nem sempre vence. Ela corre, mas não foge dos seus medos. Ela quer voltar, mas fica. Ela é um leque de opostos que se completam, que se atraem mutuamente.
Eu sou assim.

Sem comentários: