Eu estava a caminhar em direcção à minha felicidade, e estava, a meu ver, no caminho certo. Cada vez mais me aproximava dela, o que me dava mais vontade ainda de a alcançar.
Um dia, em que continuava aquele meu percurso, alguém apareceu, e deu-me um tiro numa perna, que começou imediatamente a sangrar. E agora? Como iria eu caminhar? Pois, não iria... ou então teria de enfrentar uma penosa dor. Decidi continuar o meu caminho, mesmo estando eu naquela situação.
Nos primeiros tempos, a ferida doía, mas eu aguentava, estava "quente". Com o passar do tempo, começou a doer-me cada vez mais, e aí percebi que dali a nada ela estaria a contrair uma infecção, que se não fosse tratada, poderia acabar mal. Ao longo do meu percurso, fui encontrando quem me ajudasse a tratar dela e quem o quisesse fazer sozinho. Uns cansaram-se, e abandonaram aquela tarefa... a tarefa e eu. Outros, por muito difíceis que estivessem os tempos, faziam questão de me dar mais um medicamento, para verem o meu sofrimento e a minha dor a acabarem o mais rápido possível.
Agora, graças àqueles que não me abandonaram e devido à minha vontade de continuar o que tinha começado, até porque eu lhe prometera que iria ser feliz, a ferida está curada. A cicatriz permanece lá, e de vez em quando volta a querer abrir.
Só quando se é baleado é que se sabe com que podemos contar para nos tratar o ferimento.
P.s.- A bala nunca chegou a ser extraída.
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