quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Terapeuta



Eu ouço-o, mas ele é que me ouve a mim. Eu não falo, mas ele sabe exatamente o que se está a passar comigo. Sei que poderei sempre contar com ele, em qualquer que seja a circunstância, em qualquer sítio que esteja. Muitos te julgam e poucos te conhecem, muitos não gostam de ti e poucos sabem o teu verdadeiro valor e o teu real sabor. És capaz de juntar diferentes classes sociais e sexos, és capaz de ajudar no nosso grande amor, como és capaz de nos fazer suportar a morte. És capaz de tudo. Até hoje, ajudaste-me a curar todas as minhas dores e feridas, a mim e a outros tantos.
Para muitos, ainda és sinónimo de marginalidade. Para mim, és sinónimo de calma, refúgio, porto de abrigo, conforto e ,sobretudo, pureza. És apenas criado por quem tem experiências de vida que não são, de todo, agradáveis. Por outro lado, quem te faz nascer por entre os seus dedos tem um dom, tem o dom de ser um anjo alado, um salvador, um amigo, um conselheiro, em suma, alguém que percebe exatamente o que sentes e sabe exatamente as palavras de que precisas para saíres desse labirinto. Não utilizas químicos ou qualquer outro tipo de substâncias, és construído por sentimentos e almas ricas no melhor conteúdo.
Tu curas com versos e com beats. Tu curas com palavras e sons que me entram nos tímpanos e não se vão embora, como os outros. Os teus entranham-se em mim, no meu coração, na minha alma, na minha mente, no meu subconsciente.
Obrigada por tudo, agradeço por te ter encontrado. Depois de todo este tempo, a chama do hip hop ainda continua acesa.

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