sábado, 2 de agosto de 2014

É tudo o que eu tenho



Tentei ser melhor do que aquilo que fui. Em tudo, mesmo naquilo que não gostava. Muitas vezes porque não tinha escolha e aquilo tinha de ser feito, outras porque achava que tinha de provar a alguém que conseguia fazer algo que eles gostavam, mas eu não. Não obtive grandes privilégios com isso, alguns deram-me os parabéns, outros perguntaram como consegui, outros fizeram estas duas coisas e invejaram, sem sequer saber que estava a ser boa numa coisa de que nunca gostei. De todos estes que referi, perdi o contacto com a maior parte deles, outros desiludiram-me, uns esqueceram-me, outros ignoraram-me. Os únicos que permaneceram foram os que nunca me fizeram sentir que se falhasse não iria ser alguém, não iria ser feliz. Aprendi mais tarde que falhar faz parte, que tenho de falhar para melhorar o que faço, para melhorar quem sou. Aprendi que para aprender tenho de errar. Aprendi que a única pessoa a quem tenho de provar o que quer que seja sou eu própria, porque eu sou a única pessoa que tenho de ultrapassar. Tenho de ser melhor do que eu mesma, parece pouco, eu pensava o mesmo antes. Estava errada. Não há nada mais difícil do que fugirmos dos nossos pensamentos e mudá-los, tornar os maus em bons, trocar o pessimismo pelo optimismo, mudar crenças que incubámos durante anos. Lutar comigo própria é mais difícil porque conheço as minhas fraquezas, conheço as minhas seguranças. Se atacar uma fraqueza minha, sei exactamente que arma usar, o que nunca me faria mudar. Aprendi que as pessoas vão sempre achar que nunca sou boa o suficiente, por isso resolvi ser a melhor para mim própria. Decidi viver para mim, decidi ser a pessoa mais importante da minha vida, algo que deveria ter começado a fazer há muito.
Implorar pela atenção de alguém porquê se não me querem por perto? O esforço só vale a pena por quem também utiliza o seu por mim, o esforço que não faço em vão é único que merece ser realizado.
Sinto-me renovada, sinto-me a mesma pessoa com o mesmo interior, com os mesmos ideais, no entanto, reformulei, recriei e reorganizei prioridades, pessoas, sentimentos, pensamentos e crenças. Os momentos de fragilidade continuam a existir, mas agora luto com mais agressividade, empenho e fé contra eles. Sinto que venço mais vezes. Sinto-me mais forte. Sorrio mais, sou mais feliz, sou mais eu, porque a minha vida é tudo o que eu tenho.