terça-feira, 12 de abril de 2011

Foi assim

    De repente, senti o chamamento de algo ou de alguém, que me dizia para lutar, para não desistir, para me revoltar e deitar todos os problemas para trás das costas. Foi como, que por instantes, me senti capaz de fazer tudo isto. Foram mesmo instantes, porque quando me levantei, toda esta força, toda esta vontade, toda esta coragem, desvaneceram-se em mim, não deixando sequer uma partícula de pó. As minhas pernas começaram  tremer como varas verdes, senti que ia desfalecer, que ia cair ali, redonda no chão.

     Por ter medo que isso acontecesse, voltei a sentar-me e esta sensação passou. No entanto, de imediato, o mesmo chamamento voltou a dirigir-se a mim, mas desta vez não me levantei novamente. Simplesmente, fiz de conta que não o tinha ouvido, mas não resultou. Ele era cada vez mais forte e mais intenso, cada vez mais difícil de ignorar. Pensei: "Então? Onde está toda a tua coragem e toda a tua valentia, Filipa? É bom que as encontres e rapidamente, porque está na altura de as utilizares."
    Existiam duas partes dentro de mim: uma dizia "deixa-te ficar sentada, não arrisques", e outra dizia: "levanta-te, tu consegues, é só querer".Não sabia a qual delas obedecer, mas acabei por me decidir: escolhi a segunda. Levantei-me, a mesma sensação de fraqueza percorreu o meu corpo, e eu começava a ceder.
    Subitamente, veio ao meu pensamento o seguinte: "Não te deixes vencer.Pensa que és a maior e mais forte torre de que há memória, e que nada, mesmo nada consegue destruir-te!". E assim fiz. Contrariei o que estava a fazer-me pressão para desistir. Lembrei-me de todas as coisas boas que me tinham acontecido por ter lutado, por ter sofrido ao lutar, por arriscar, pela adrenalina de saber que tudo poderia correr bem ou ser o maior desastre de sempre; lembrei-me de quem lutou e luta por mim, de quem acreditou e acredita em mim, e não podia desiludi-los.

     Uma força tremenda invadiu-me e eu fiquei à sua mercê, sem qualquer tipo de posição para a recusar. De seguida o que me fazia cair ia desaparecendo por entre as minhas mãos, e todo aquele peso que sentia, era cada vez menor, até desaparecer.
     Acreditei, por isso consegui. Lutei, e à custa disso venci.
Sofro, mas um dia irei receber a recompensa!

3 comentários:

Helena disse...

O texto está lindo, gostei imenso!
Muita força para ti *

Ana Filipa disse...

Muito obrigada, querida (:
Irei conseguir*

Eu Vi disse...

Acredita sempre e segue a voz que vem do teu interior... Essa é a tua força o teu elixir... Aceita-a e vai em frente